Entendendo a Psoríase
Psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele e articulações, imuno-mediada, de base genética, com grande polimorfismo de expressão clínica. Manifesta-se, na maioria das vezes, por placas eritemato-escamosas, bem delimitadas, ocasionalmente pruriginosas, em áreas de traumas constantes na pele, tais como: cotovelos, joelhos, região pre-tibial, couro cabeludo e região sacra. O tamanho e o número das placas é variável, toda a pele podendo ser afetada. Em 50% a 80% dos casos são identificadas alterações ungueais, especialmente onicólise e depressões cupuliformes.
FATORES DESENCADEANTES / AGRAVANTES DA PSORÍASE
Fatores locais:
- Trauma: todos os tipos de trauma tem sido associados (físico, químico, elétrico, cirúrgico, infeccioso, inflamatório, escoriação das lesões);
- Luz solar: o sol em geral melhora a psoríase. Entretanto, ela pode ser agravada via fenômeno de Koebner se houver exposição solar aguda e intensa;
Fatores sistêmicos:
- Infecção: infecção estreptocócica de orofaringe esta associada a doença aguda, eruptiva, conhecida como psoríase gotada;
- HIV: aumento na atividade da doença em pacientes HIV positivos. Piora no início da infecção e tende a melhorar nas formas avançadas;
- Drogas: muitos medicamentos tem sido associados ao aparecimento e piora da psoríase - Lítio, retirada de corticóide sistêmico, beta bloqueadores, antimaláricos, antiinflamatórios não esteroides;
- Fatores psicogênicos/emocionais: muitos pacientes referem um aumento na intensidade da psoríase com estresse psicológico;
- Tabagismo: em tabagistas existe um risco aumentado para psoríase em placas crônica;
- Álcool: é considerado um fator de risco para psoríase, particularmente em homens jovens e de meia idade;
- Fatores endócrinos: a intensidade da psoríase pode flutuar com as alterações hormonais. Ocorrem picos de incidência na puberdade e durante a menopausa. Na gravidez os sintomas podem melhorar ou piorar. Pode ocorrer piora no período pós-parto.
TRATAMENTO
O objetivo do tratamento é o controle clínico da doença e a melhora da qualidade de vida do paciente. A terapêutica deve ser acessível, tanto em relação a disponibilidade quanto ao custo; ser de fácil administração e conveniente ao doente; causar efeitos colaterais mínimos; não induzir taquifilaxia; proporcionar remissões prolongadas;
Uso tópico
A administração de medicamento diretamente sobre a lesão cutânea permite minimizar possíveis efeitos colaterais em outros órgãos e na pele não lesada. Nas formas leves de psoríase, a terapêutica tópica, seja em monoterapia, seja combinada, costuma ser suficiente para o controle das lesões. Nas formas moderadas a graves, o tratamento local, quando associado a fototerapia e/ou a terapia sistêmica, propicia maior conforto ao paciente e acelera a melhora. Tópicos ceratolíticos, emolientes ou umectantes deverão sempre ser incluídos em qualquer programa terapêutico, seja como coadjuvante, seja em alternância com os produtos ativos e nas fases assintomáticas.